quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

04. Viagem




Viagem

Se tudo que eu tenho na memória é aquele email
Daquele endereço, o caminho até o meu
Se tudo que tenho na lembrança é o desejo
De tomar pra mim o tempo que se esmaeceu
Se tudo que penso não vai além do que vejo
E tudo por que passei não passou de um sonho meu
A palavra que não deu pra dizer, guardei comigo...
Se é que isso faz sentido

A madrugada é curta
Pra quem vê que a vida
É uma via de mão única
É uma viagem sem volta
É torta em linha reta
É esta rima suja

Se tudo que tento não me leva ao que mereço
E o tempo que passa não desfaz a minha falta
Se entre as coisas que tenho há mais do que preciso
O que eu necessito não tem preço, é imaterial.
Se amor e propriedade carregarem sinonímia
Essa prisão não será mais minha.

Às vezes não durmo à noite, passo noites em claro...
Às vezes não tenho certeza se o que faço é certo
Às vezes parece perto o que esteve tão longe
Às vezes cego meus olhos contra o plano horizonte
Sem saber pra onde ir nem porque estou aqui
Porque será que estou aqui se não queria estar?
Pra onde correr pra salvar o que resta de mim
E, enfim, dizer adeus?

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