quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

06. Pequizeiro


Pequizeiro

Eu te amei sábado inteiro
à sombra do pequizeiro
Como flor, te via sorrindo
Quando vi já era domingo
Tantas coisas que não entendo

Se eu pudesse escolher meu canto
Entregaria o meu espanto
Fosse livre meu instrumento
Não mudaria o que há aqui dentro
Como as coisas perdem o encanto?!

Lembro só do sangue escorrendo
Provava do meu próprio veneno
Ouricei os meus espinhos
Despertei os piores instintos
Se eu pudesse voltar no tempo

Me entrego aos impulsos, de vez em quando
Tudo que sinto discorda do que penso
Entendo ser mesmo do ser humano
O reino do infinito, enquanto impera o momento
Por irromper conflito, logo, fui condenado
Pela liberdade, da qual estivera tão perto
O certo, o errado,
O cerrado.

O fantasma no meu espelho
Agora me assombra o dia inteiro
Vaga feito bicho faminto
Atrás das migalhas do que sinto
Se soubesse como eu tento

Ter amor de corpo inteiro
Ter amor sem machucar tanto
Ter pra mim um amor honesto
Ser sincero comigo mesmo
Evitaria tanto pranto 

Esta sombra a minha espreita
É na minha cama que deita
É o que me veste dormindo
É o que me despe sorrindo
E fugir, eu já nem tento

Me entrego ao escuro dentro do meu quarto
Rememorando fatos, madrugada a dentro
Desconheço os efeitos, compreendo os aflitos
Enquanto imperam os gritos me revolto em silêncio
De tão intenso, fui salvo por um triz
De ter meu peito esmagado pelo peso do que quis
O certo, o errado,
O cerrado.

É mais fácil amar um amor cheio de razão
Difícil é amar sem explicação
(Ouvir o coração)
É mais fácil julgar e condenar sem apelação
Difícil é pedir, conceder perdão
Se amar é em vão.

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