quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

12. O Coração



O Coração 

Escrevo estes versos pelo que resta
Esta caneta que é um espelho
E dedos que são os seus servos
Canto estes versos porque peço
Piedade de minh’alma agora
Que me guiam no mundo olhos de cego
Gestos retóricos que em mim transbordam
E a mim de ti afastam figuras metafóricas
Teço esta linha melódica
Já resignado, pois, cada nota
É uma corda em meu pescoço
E cada corda da guitarra
Lâmina da navalha...

Podem até me condenar
E vão
Podem até me condenar
Com razão
Posso até comer o pão
Que o diabo amassou com o rabo
Ao fim e ao cabo
Certo ou errado, esta canção
É pra fazer o que manda a razão
Quando assim mandar o coração.

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